Ninguém nos arrancará do amor de Cristo

Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2022 – Domingo do Bom Pastor

Celebrou-se no dia 8 maio o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, domingo do Bom Pastor. Como compreender este dia? Coloquemo-nos em escuta do Evangelho deste dia, certos que é a única palavra que de verdade vale a pena escutar sempre!

«Naquele tempo, Jesus disse: As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me. Dou-lhes a vida eterna, e nem elas hão-de perecer jamais, nem ninguém as arrancará da minha mão. O que o meu Pai me deu vale mais que tudo e ninguém o pode arrancar da mão do Pai. Eu e o Pai somos um.»

- Do Evangelho de João (Jo 10,27-30) -

As minhas ovelhas escutam a minha voz”. Sim, estamos cá também hoje para escutar a sua voz; ou pelo menos para tentar. Para tentar a parar um pouco, a estar um pouco em companhia do timbre da sua voz, para nos sintonizarmos na sua onda larga, concentrarmo-nos nele.

Ao colocarmo-nos diante desta Palavra, a coisa mais útil e sensata é colocar de lado tudo aquilo que já sabemos, colocar de lado a necessidade de compreender, de encontrar na Palavra qualquer coisa a fazer. Todas coisas que correm o risco de a tornar ineficaz e desarmar a sua força revolucionária.

Então, se também eu hoje ponho de lado todas estas coisas, tento simplesmente a partilhar convosco aquilo que esta palavra suscita em mim, para a minha vida, esperando que pelo menos qualquer coisa disto entre em ressonância com as cordas de fé de algum de vós, caros jovens em procura, e possa ajudar a sintonizar-nos sobre a voz do Pastor, a única que vale sempre de verdade a pena escutar.

O “domingo do Bom Pastor “, quarto da Páscoa, quando a liturgia praticamente deixa para trás as narrações das aparições do Ressuscitado e tenta levar-nos ao normal da vida cristã, ao normal da vida dos Ressuscitado, que, enquanto tal, é sempre extraordinário. Sabemos que no ciclo dos três anos a liturgia reparte o capítulo 10 do evangelho de João em três partes: o tema é o mesmo, mas assume todos os anos uma perspetiva um pouco diversa, como que que olhando a partir de diversos ângulos.

O deste ano assume um ponto de vista ainda mais dramático em relação aos outros: aqui existe alguém que tenta “arrancar as ovelhas da mão do pastor”; e em que modo? Antes de mais eliminando o próprio pastor, de facto o v. sucessivo (v. 31) diz “de novo os Judeus recolheram pedras para o lapidarem”.

Aqui então tanto as ovelhas como o Pastor estão a arriscar a pele. Quem sabe se este risco, se esta insegurança, se este medo, não ressoa um pouco como aquele que habita um pouco em todos, depois da experiência traumática da pandemia e com uma guerra no horizonte…

E, no entanto, neste texto parece-me que haja também um tom geral como de vitória: Jesus aparece seguro de si, invencível! Sabe bem que o risco é grande, mas está certo que no final o Pastor vence. E sinto-a como uma certeza em que podemos também nós descansar, não obstante tudo, mesmo tudo.

Talvez então seja precisamente esta a experiência de Páscoa que passa através deste texto, que pelo menos para mim soa forte: “uma vez mais, não temas, não tenhas medo, eu venci, eu venci-te, tu pertences-me ninguém te pode arrancar da minha mão, nunca”!

Esta ideia para Jesus é muito clara. Tão clara que toda a parte central do texto (vv. 28-29) não faz mais que repetir esta coisa, usando pouco a pouco expressões diversas. Em conclusão, “ninguém as pode arrancar da minha mão”: ninguém!

Nenhum poder pode arrancar da mão do Senhor aquilo que é seu, porque ele venceu toda a morte: “quem nos separará?” diria São Paulo: ninguém! “O meu Pai é maior que todos”, ninguém é como ele, não há dúvidas sobre isto!

E com ninguém se entende nem sequer nós próprios! Nós próprios, com os nossos pecados, inconstâncias, durezas, traições, o nosso ser como pedro, como Judas… nada, por mais que nos demos ao trabalho, nunca nos poderemos auto arrancar da mão do Senhor, somos seus, para sempre, esta é a certeza absoluta!

Em conclusão, Deus é mais forte que qualquer outra coisa. Nós desistimos, nós somos inconstantes, ele ao contrário nunca desiste, nunca nos larga! E é precisamente esta a coisa que me convence Dele, é por isso que escolhi colocar a minha vida nas suas mãos, e tento fazê-lo todos os dias, é isto que me apaixona dele, porque é o único que garante isto: “eu nunca te largo”! “Ele é maior que todos”, de verdade.

E a vós hoje, jovens em caminho, digo isto: nos dias de hoje uma vocação só se aguenta se existe dentro de certo modo esta experiência aqui, a experiência que te faz sentir no profundo do teu ser que verdadeiramente ninguém é como o Senhor, ninguém vale a pena como ele!

Eis então penso também não nos resta que sintonizarmo-nos sobre esta certeza, deixar que esta palavra ganhe de verdade carne em nós, diga ao nosso coração, à nossa alma, á nossa cabeça, aos nossos sentimentos, afetos, desejos, esperanças, diga a verdade: “tu às vezes falhas, mas ele nunca te larga!”. E assim então de verdade hoje será o dia de oração pelas vocações. 

E como é possível que nos sintonizemos? É possível, também isto, não por mérito nosso, mas por mérito seu. De facto as ovelhas “escutam a voz do pastor”: porquê? Não porque são boas, mas porque o Pastor as conhece.

Não somos nós os bons a escutá-lo a ele, é ele que é bom porque nos sabe falar com a nossa língua, com o nosso alfabeto, porque nos conhece, nos conhece assim tão bem que sabe tocar as cordas certas do nosso coração, de maneira diversa para cada um de nós. É ele que se sintoniza connosco por mais que façamos o esforço de nos sintonizarmos com ele.

Então que o truque seja mesmo este: não procurar longe, não procurar noutro lugar, mas reentrar dentro de nós mesmos, voltar a escutar aquilo que vibra no profundo do meu coração. Se me sintonizo com a verdade de mim mesmo, bem, é fácil que precisamente ali o Senhor esteja já falando, precisamente ali o pastor está já a falar a tua linguagem, precisamente ali te reencontrarás já salvo, já protegido, já cheio de vida eterna. E ninguém poderá arrancar-te daquela alegria plena.

 

frei José Carlos

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