XVIII DOMINGO TEMPO COMUM – ANO A
Festa da Transfiguração
6 de Agosto de 2017
ANO A
AS LEITURAS DO DIA
Dan 7,9-10, 13-14: Tinha vestes brancas de neve.
Salmo 96: O Senhor é rei, domina sobre toda a terra.
2Pedro 1, 16-19: Ouvimos esta voz vinda do céu.
Evangelho: Mt 17, 1-9: O seu rosto ficou resplandecente como o sol.
A PALAVRA É MEDITADA
Os Hebreus tinham uma concepção particular do seu Deus. O deles era um Deus vitorioso, poderoso, triunfante, capaz de abater todos os seus inimigos. Deus é assim, uma potência universal, criadora, regeneradora, destruidora, salvadora.
Também o profeta Isaías exalta Deus nesta sua omnipotência que se manifesta na história: "No ano em que morreu Ozias, vi o Senhor sentado num trono alto e elevado; as orlas do seu manto enchiam o templo … Por cima estavam serafins … proclamavam um ao outro, dizendo: «Santo, santo, santo o Senhor Deus dos exércitos! Toda a terra está cheia da sua glória» " (Is 6,1-3). Os exércitos são as hostes celestiais, sempre prontas a combater as batalhas do nosso Deus.
Vem jesus e que coisa fez? Em vez de falar de um Messias capaz de mostrar toda esta divina omnipotência para a destruição dos inimigos do povo de Deus, fala de um Enviado de Deus humilhado, esmagado, crucificado, aniquilado, vendido, traído, renegado, entregue. É o escândalo. Não é este o messias prometido e esperado.
Diante de um Messias crucificado o risco é só um: o abandono dos discípulos, assim como um dia fizeram os dois de Emaús. Jesus previne este abandono, conduzindo Pedro, Tiago e João ao monte, mostrando-lhes a sua glória, fazendo intervir Moisés e Elias, a Lei e os Profetas e o próprio Pai celeste, os quais atestam a verdade do messias do Senhor no mistério da sua crucifixão. A verdadeira fé ainda não nasceu no coração dos discípulos, estes agora sabem porém que Deus está do lado de Jesus e também toda a revelação feita até agora. É um bom início.
A PALAVRA É REZADA
A tua Transfiguração, Cristo,
lança uma luz fulgurante sobre a nossa vida quotidiana
e faz-nos dirigir a mente para o destino imortal
esboçado neste evento.
No cimo do Tabor, tu, Cristo,
Revelas por algum instante o esplendor da tua divindade
e manifestas-te às testemunhas escolhidas
tal como realmente és, o Filho de Deus,
«a irradiação da glória do Pai e a marca da sua substância».
Mas fazes ver também o transcendente destino
da nossa natureza humana que assumiste para nos salvar,
destinada também ela, porque redimida
pelo teu sacrifício de amor irrevogável,
a participar na plenitude da vida,
na «sorte dos santos na luz».
Aquele corpo, que se transfigura diante dos olhos dos apóstolos,
é o teu è corpo, o Cristo nosso irmão,
mas é também o nosso corpo chamado à glória:
aquela luz que o inunda é e será também
a nossa parte de herança e de esplendor.
Somos chamados a partilhar tanta glória
porque somos «participantes da natureza divina».
Uma sorte incomparável nos espera
se tivermos feito honra à nossa vocação cristã.
Maria, que contemplas no céu a glória de Cristo transfigurado,
Dirige a todos o teu olhar e a tua protecção:
ensina-nos a meditar estas estupendas realidades da nossa fé.
(Paulo VI)
Ámen
(In Qumran, e La Chiesa: tradução livre de fr. José Augusto)