XXVII DOMINGO TEMPO COMUM – ANO A
8 de Outubro de 2017
ANO A
AS LEITURAS DO DIA
Is 5, 1-7: A vinha do Senhor do universo é a casa de Israel.
Salmo 79: A vinha do senhor é a casa de Israel.
Filip 4, 6-9: Ponde isto em prática e o Deus da paz estará convosco.
Evangelho: Mt 21, 33-43: Arrendará a vinha a outros vinhateiros.
A PALAVRA É MEDITADA
O Evangelho deste domingo fala-nos uma vez mais de vinhas, de vindima, de relações de trabalho entre o dono da vinha e os vinhateiros … infelizmente também esta página nos fala de um acontecimento dramático, cujo resultado não é propriamente um final feliz. E assim a lista dos erros humanos em relação ao Bom Deus alonga-se muito: à preguiça, á hipocrisia de quem promete e depois não mantém, acrescenta-se a inveja, a sede possesso, a violência cega e o homicídio. Como balanço, diria que tocámos no fundo … não se podia acabar pior!
A parábola conclui-se com uma punição exemplar: a parábola anuncia que o povo eleito perderá tudo, e outro povo tomará o seu lugar. Jesus anuncia portanto, a ruina de Israel. Do ponto de vista histórico, a profecia realizar-se-ia alguns decénios mais tarde, entre os anos 66 e 68 d.C., quando as tropas romanas do general Tito Flávio Vespasiano assediaram e conquistaram Jerusalém, ocupada pelos hebreus rebeldes quatro anos antes. O templo foi definitivamente arrasado: esta tragédia não só política, mas também religiosa, será para sempre recordada pelos Israelitas, com a instituição da festa da Tisha BeAv.
Mas a profecia não anuncia só os factos que hão-de vir, mas contém também revelações que vão bem para além do horizonte histórico. O filho do dono é evidentemente Jesus; a sua morte é para nós e para todos em remissão dos pecados!
Há um aspecto importante que este evangelho ilumina: o Reino de Deus não é qualquer coisa que nos espera depois da morte, não só: o Reino já está aqui entre nós, é mesma criação, que Deus realizou e nos confiou para que a guardássemos e conservássemos. A parábola dos vinhateiros homicidas está toda centrada na obra das mãos dos homens, que Deus abençoa com uma vindima abundante. No entanto, a parábola recorda-nos também que nós não somos os donos do mundo; portanto, não nos devemos comportar como déspotas de bens que não são nossos.
O embuste esconde-se atrás da responsabilidade que recebemos de Deus, a confiança que Ele depositou em nós. Assim devia ser entre o patrão da vinha e os vinhateiros. Se não confiasse neles, aquele senhor, não lhes teria confiado a sua vinha.
Naturalmente, à confiança reciproca, segue-se a responsabilidade de respeitar os acordos. Acontece assim na relação com Deus; acontece assim em qualquer escolha de vida que façamos. Deus depositou confiança em nós, em tudo, deu-nos carta branca sobre as modalidades de fazer render os talentos que nos deu: a parábola dos vinhateiros homicidas recorda-nos que, nem sequer a vida é nossa, mas pertence a Deus que no-la confiou para que a conservássemos e a façamos frutificar ao máximo.
O Evangelho ajuda-nos a ter na mente um princípio que, aparentemente e banal, mas que, na verdade, é fundamental: se não cuidamos quotidianamente a relação com Deus, acabamos por nos esquecer … um pouco como aconteceu com os vinhateiros, que tinham começado a considerar a vinha como sua propriedade, porque tinham esquecido que, existia o dono da vinha.
Fazer memória dos inícios, para que toda a relação profunda continue a estar de pé, mesmo depois de 20 anos, ate depois de 30, 40, 50, 60 anos … como no primeiro dia. É este o último segredo … ou talvez o primeiro.
A PALAVRA É REZADA
Damos-te graças, Senhor Jesus, pela vinha plantada no mundo...
Damos-te graças pela sebe construída à sua volta para a guardar e reparar,
pela torre de defesa e pelo lagar…
damos-te graças por esta vinha que é a Igreja, nossa mãe…
ajuda-nos a produzir frutos de bem.
Somos nós as pessoas que tua mas e que acolhem o teu amor.
Damos-te graças pelos servos que nos envias, os profetas dos nossos dias,
que estão debaixo dos nossos olhos, nos falam de ti e nos exortam.
Eles recordam-nos que a vinha não é nossa propriedade,
que devemos cuidar dela e fazê-la produzir com paixão.
Damos-te graças, a Igreja fala-nos de ti, vive de ti, age em teu nome...
É belo saber que contigo, Jesus, também nós somos herdeiros,
somos filhos de um Pai zeloso.
Aiutaci a non dimenticarlo mai,
quando siamo in casa, in famiglia,
al lavoro, con gli amici.
La tua vigna dia frutti di pace
anche mediante la nostra fattiva collaborazione.
Ámen.
(In Qumran, e La Chiesa: tradução livre de fr. José Augusto)